Hoje está sendo um dia das Mães muito atípico, intenso e vazio ao mesmo tempo. Tempos difíceis são como lições ou provas difíceis da escola: requerem mais estudos e atenção. Porém, hoje me deparei com muitos amigos e parentes com Mães que já haviam desencarnado. Na maioria das vezes, as mensagens diziam algo do tipo "Sinto sua falta, mas te sinto presente aqui comigo. Não podemos estar juntos(as) fisicamente, mas sempre estaremos juntos(as) de alguma outra forma". Pois é... Esta pandemia nos dá essa mesma sensação. Todos nossos parentes e pessoas queridas estão "juntas conosco, ainda que não fisicamente"? Não é algo doido para se pensar?
Tenho o privilégio de ainda poder conviver com minha mãe fisicamente (mas não neste momento, em que estamos afastados - pois apesar de todas dúvidas que norteiam a parte política deste vírus, escolhemos respeitar a quarentena e estamos isolados), além de outra série de Mães importantes na minha vida - minha tia, minha madrinha, minha sogra, cunhadas, primas, amigas e, principalmente, minha esposa, geradora da minha maior obra prima nesta vida: meu filho. Antes disso tudo ocorrer, nós podíamos nos ver toda hora, todo fim de semana, em qualquer janela de tempo da semana (já que sou autônomo)... Mas é justamente quando não podemos fazer isso que nos sentimos mais próximos e conectados. Isto também não é algo doido para se pensar?
É... Mais do que nunca, "de médico e louco, todo mundo tem um pouco" neste momento. Há os que considerem este vírus uma gripezinha, há os que acham que estão exagerando nos números (para abocanhar mais verbas e/ou apavorar a população, para que ela se conscientize e de fato fique em casa) e há os mensageiros funestos, pessoas comuns ou jornalistas que parecem se deleitar espalhando notícias ruins. É claro que existe uma parcela triste e assustadora nisso tudo, mas por que não espalhar coisas boas também? Por que eles se focam no aumento de casos e mortes, e não enfatizam os recuperados? Por que esta briga política ridícula, quando o que era para ser uma soma de boas energias (e uma multiplicação de boas ações) está mais para uma divisão ideológica (e uma subtração de vidas)? Cara, é inacreditável ver que muitas pessoas estão focadas na hostilidade e no fanatismo político (EM TODOS OS ESPECTROS IDEOLÓGICOS) numa hora dessas! Isto também não é algo doido para estar acontecendo neste momento?
De fato, tudo isso que estamos vivendo é muito doido. DOIDO e DOÍDO. É o primeiro dia das Mães que passo longe de minha Mãe. MAAAAS... Como eu sempre tento adotar um foco no "copo meio cheio" aqui neste blog, voltemos ao início deste texto: estamos de fato passando por uma prova difícil, daquelas que temos vontade de sair, de fazer uma série de coisas... Mas, se queremos "passar de ano" (ou seja, ser aprovados para a próxima etapa nesta jornada), temos que ficar em casa, refletindo e estudando. No entanto, se você prefere sair, acreditando que a prova será fácil ou que seu conhecimento já é suficiente para passar de ano, lembre-se: pode cair justamente aquela matéria que você não estudou/refletiu. E aí você poderá ser reprovado. Acho que não preciso explicar essa metáfora...
Pode ser que futuramente a gente descubra que números estão sendo forjados, e que muito do que estamos vivendo tenha uma parcela política? Bom... Hoje não temos certeza de nada. Então, pra que arriscar? FAÇA SUA PARTE. Se puder, fique em casa! Se sair, use máscara e respeite o distanciamento das outras pessoas. E se alguém descobrir algo forjado por qualquer político, a gente briga para fazer justiça DEPOIS. Mas, definitivamente, agora não é o momento de brigar. Não é o momento de rotular pessoas queridas de esquerdopatas, gado, mínions, mortadelas, isentões... Sério, parem com isso! O momento é de dar as mãos, não bofetadas!
Bem... Para finalizar, ao invés de lamentar o fato de não poder abraçar e beijar minha Mãe fisicamente, eu prefiro AGRADECER pelo fato de ainda ter uma Mãe encarnada aqui comigo. Este é um privilégio que muitas pessoas queridas não têm. Por isso, prefiro pensar que não comemoraremos este dia das Mães, mas que, se Deus Quiser, comemoraremos o dia dos Pais, o Natal ou o simples fato disso tudo ter passado, porque VAI PASSAR. VAI PASSAR!
Também não poderia deixar de agradecer à minha querida esposa por toda sua paciência neste confinamento, com um filho de um ano andando e "tocando o terror" em nosso humilde lar. Como já disse em meu Instagram (@danielpaione), os perrengues que estamos vivendo são infinitamente menores que as alegrias. E ter ela aqui, com um filho nesta idade evoluindo a cada semana, é um combustível que com certeza nos alimenta e dilui muitos nódulos de impaciência, cistos de revolta e surtos de ansiedade. Basta um sorriso aberto dele, uma brincadeira ou um pedido de colo, que toda essa negatividade é imediatamente corroída...
Enfim... Um ótimo dia das Mães a todas as Mães encarnadas e desencarnadas. De uma forma ou outra, SEMPRE ESTAREMOS JUNTOS. E, sobre este período doido e doído... Lembre-se: assim como qualquer turbulência ou enfermidade, VAI PASSAR. Basta seguir os protocolos corretos de cura/prevenção, e não o que seu vizinho categoricamente diz, sem o menor embasamento.
Muita força, paciência, luz e Amor no coração de todos vocês.
(escrito por Daniel Paione)