Embora eu tenha sido batizado logo após nascer e tenha feito a primeira comunhão aos doze anos, posso dizer que comecei a me interessar de fato pela busca por “respostas mais amplas” (sobre a vida após a morte e diversos fenômenos que a razão não explicava) por volta dos meus vinte anos. Meus pais e irmão nunca foram muito religiosos, por isso demorei tanto para começar a ter este interesse. E, como era de se esperar, cada resposta gerava mais e mais perguntas. Só aí percebi que esta é uma busca sem fim.
Por que as coisas acontecem como acontecem? Há um motivo para isso? O que vem na frente: Destino ou livre arbítrio? Por que o excesso de sensibilidade traz tantos problemas às pessoas sensíveis? Não existem regras ou uma idade padrão para buscar respostas mais profundas sobre a vida, a morte e outras questões mais profundas. Eu particularmente comecei a sentir necessidade e me conectar a algo maior por volta dos vinte anos, quando abracei o espiritismo como religião e me mantive satisfeito com as respostas que ele me oferecia até pouco depois dos meus trinta anos. A partir daí, comecei a sentir que “faltava alguma coisa”.
Por volta dos meus trinta anos, vendo que nada me “completava” inteiramente como religião, decidi estudar um pouco de cada doutrina, sem preconceitos ou "pré-conceitos". Embora eu tivesse mais informações das religiões católica e espírita, eu queria entender mais do que a teoria de cada religião: eu queria compreender o que movia e inspirava seus seguidores, sem deixar de contrapor estes conceitos a tudo que eu já aceitava e questionava.
O resultado disso era de se esperar: concordei com várias coisas de várias religiões e discordei de outras.
Citando o maior expoente religioso, admiro MUITO o papel de Jesus Cristo e a verdadeira obra que ele nos deixou. Mas será que ele apoiaria 100% do que está na Bíblia Sagrada, que acabou sendo escrita por outras pessoas e sofrendo dezenas de revisões ao longo dos séculos? E isto é HISTÓRIA, não a minha opinião. Será que Jesus apoiaria a ideia de queimar mulheres que questionavam as coisas, como ocorreu na época da Inquisição? Será que ele associaria o homossexualismo a algo condenável, como muito religioso hoje associa? Duvido. Suas lições envolviam a aceitação incondicional de todos, a busca do bem e a prática do Amor acima de tudo, não importando o credo, raça, gênero ou opção sexual da pessoa. Da mesma forma, será que Maomé aprovaria homens bomba, extermínio de católicos ou o uso de crianças como escudo? Dificilmente. É óbvio que estou citando os exemplos mais radicais – e os radicais representam a minoria dos fiéis.
Mesmo assim, prossegui lendo muito, conversando com religiosos praticantes, continuei frequentando centros, igrejas, terreiros, templos, espaços... E comecei a perceber que, segundo a minha visão do que seria ideal, havia muita coisa interessante em diversas religiões: as meditações e o equilíbrio buscado pelo Budismo, a certeza da continuidade da vida (e a comunicação com os desencarnados) do Espiritismo, o Amor universal deixado por Jesus, as metáforas e mantras do Hinduísmo etc.
Mesmo assim, prossegui lendo muito, conversando com religiosos praticantes, continuei frequentando centros, igrejas, terreiros, templos, espaços... E comecei a perceber que, segundo a minha visão do que seria ideal, havia muita coisa interessante em diversas religiões: as meditações e o equilíbrio buscado pelo Budismo, a certeza da continuidade da vida (e a comunicação com os desencarnados) do Espiritismo, o Amor universal deixado por Jesus, as metáforas e mantras do Hinduísmo etc.
Então, por que eu deveria me adequar a uma só doutrina, se via sentido em práticas das mais variadas religiões? Por que a necessidade do “rótulo” de praticar apenas UMA religião?
Baseado nisso e em tudo que li sobre as mais variadas condutas, comecei a entender que por trás de todos os dogmas de fé, regras, deuses, métodos de elevação, causas e consequências, todos os seus praticantes no fundo buscavam a mesma coisa: paz no coração - traduza isto como você quiser: algo para anular seus erros, para lhe deixar mais tranquilo, para chamar de “o segredo da humanidade” ou para explicar o que ocorre depois que morremos.
A partir do momento em que concluí que, no fundo, todas as doutrinas buscavam o mesmo, passei a ter outros questionamentos: se as religiões são centradas na paz, Amor e no bem, por que tanta intolerância? Por que tantas brigas e guerras religiosas? Se não for por motivos políticos ou financeiros, nada justifica o fato de uma pessoa se achar melhor que a outra por ter uma religião diferente da sua.
Desta forma, embora eu continue frequentando centros espíritas (por acreditar que a doutrina espírita não seja uma questão de fé, e sim, um FATO) e templos budistas, no sentido restritivo desta definição, eu não considero que tenha uma religião - mas sim, que eu sigo várias doutrinas/filosofias.
Minha “religião” se resume em seguir poucas regras: fazer o bem, evitar o mal, sentir Gratidão por tudo e buscar minha elevação como pessoa e espírito, hoje e sempre.
Tenho em casa um pequeno ”santuário” que chamo de meu "pequeno espaço de elevação", onde tenho imagens budistas, hinduístas e católicas (pois admiro muitas histórias destas imagens e me identifico com elas). Gosto do clima de paz das igrejas, da Arte estampada em seu entorno, das músicas e energia da Umbanda e pratico mantras e meditações sempre que possível. Meus amigos mais religiosos dizem que isso é “falta de personalidade religiosa”, mas e daí? Esta é a forma que eu encontrei de me elevar. Pode não ser a sua. Não sinto mais necessidade de rotular minhas crenças.
Bem... No momento em que deixei de tentar me adequar a algo, encontrando um Equilíbrio interno que me definia, passei a atrair aquilo se sintonizava comigo no meu entorno. Foi aí que eu percebi que minha vida estava se tornando mais completa, integral. E, sem saber, eu já começava a viver holisticamente. E quanto mais eu estudava as práticas holísticas, minha relação com a espiritualidade e com o Todo indivisível a que fazemos parte (que, para mim, não tem nada a ver com "religiosidade") começou a fazer mais sentido. Afinal, em uma proposta de vida integrativa, no momento em que conquistamos nosso Equilíbrio interno, isto fatalmente se expandirá ao externo, levando o bem que adquirimos a todos que convivem conosco.
A partir do momento em que adotamos práticas holísticas em nossas vidas (respeitando tudo que nos cerca – pessoas, espaço urbano, plantas, animais e a Natureza em geral), cada um de nós ajuda a equilibrar o planeta e tudo que nos cerca.
VIVER HOLISTICAMENTE é olhar além das suas crenças, dos seus entes queridos, da sua rua, bairro, país, continente e planeta. É deixar de enxergar somente a sua realidade e passar a enxergar você, o Todo que você faz parte e você inserido nele.
Enfim... Independente de sua crença ou religião, tenha em mente a real necessidade de respeitar e interagir da melhor forma com este TODO que nos preenche e nos cerca. Afinal... Somos como gotas em um oceano, e nenhuma gota é melhor ou mais importante que as outras. Por isso buscamos a integração com tudo que nos cerca - sempre centrados no bem, na fuga do mal, no aprendizado constante e no respeito a tudo que nos rodeia.
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