Certo dia, em um centro espírita que frequento, recebi um texto com outra excelente metáfora sobre a forma como nós assumimos as rédeas de nossa história de vida e de como a gente se empenha para que essa história tenha o final feliz que sempre almejamos. Não deixe que sua vida “aconteça”, como se tudo já estivesse pré-determinado. A vida não deve ser o que ela faz da gente, mas sim, o que nós fazemos dela. Use seu livre-arbítrio ao seu favor.
Uma senhora escrevia um texto com um lápis preto, enquanto seu neto a observava. Enquanto via o que sua avó escrevia, o menino decidiu questioná-la:
- Vó, por que a senhora está escrevendo usando só um lápis preto? Não ficaria mais bonito usar uma série de lápis ou canetas coloridas?
Percebendo que poderia proporcionar ensinamentos valiosos para seu neto, a senhora argumentou:
- Tudo depende de como você enxerga as coisas, meu neto. Há cinco qualidades em um lápis que só ele possui:
1- Você pode fazer várias coisas, mas nunca deve se esquecer que existe uma mão que lhe guia. Essa mão pode ser chamada de Deus ou simplesmente uma Força Maior que nos ilumina e orienta. Essa “Mão” deve estar presente em todos os momentos de nossa vida.
2- De vez em quando, precisamos parar de escrever e usar o apontador. Sendo a gente este lápis, devemos saber que este apontador nos causará dor e trará um sofrimento passageiro, mas isto deixará o lápis mais afiado e pronto para continuar escrevendo. É por isso que de vez em quando precisamos passar por certas dores e sofrimentos: para que nos tornemos pessoas melhores e nossa história continue sendo escrita da melhor forma.
3- Ao contrário da caneta, o lápis permite que o texto escrito ou o desenho feito seja apagado. Logo, por mais que a gente erre, sempre teremos como passar uma borracha em cima dos fatos ruins, e seguindo em direção do final feliz que almejamos. Afinal, nossos erros não são unicamente ruins: são parte importante para a gente aprender e continuar escrevendo.
4- Não é a madeira, sua forma ou a cor do lápis que importa, mas sim, o grafite dentro dele. O mesmo acontece com a gente: por mais que nosso exterior às vezes pareça mais importante, o que deve reger nossa história é o que vem de dentro de nós.
5- Um lápis sempre deixa sua marca (mesmo quando apagamos algo). Da mesma forma, tudo que a gente “escrever” em nossa vida deixará traços e marcas. Cuide do seu legado e da sua história de vida, pois ela é que ficará como exemplo para seus amigos, descendentes e para as pessoas que o(a) cercam, conhecidos ou desconhecidos.
Esta metáfora nos mostra que todos nós temos uma missão de vida, seja pessoal, social, amorosa, profissional ou uma missão mais ampla, no caso das pessoas que já vêm para cá com este propósito. No entanto, a concretização desta missão depende de nós e de nosso livre arbítrio. Ninguém nasce em determinada família, cidade ou país por acaso. A concepção da vida é algo Divino, que não somos nós que administramos. E se nossos pais decidissem não nos conceber? E se um deles nascesse estéril?
A doutrina espírita prega que a gente vive diversas vidas ao lado das pessoas que amamos, para que juntos busquemos melhorar, aprender e evoluir. Acreditando você ou não nesta doutrina, não dá para negar que nossa evolução é baseada no Amor (próprio e ao próximo), assim como no respeito ao nosso entorno.
Assuma as rédeas de sua vida, escreva a melhor história que você puder e deixe um legado bom o suficiente para inspirar e guiar as pessoas que por aqui ficarem. E nunca deixe de agradecer por tudo que ocorre em sua vida, sejam conquistas ou barreiras (pois elas é que tornarão nossa história mais interessante – afinal, até mesmo na ficção, uma história sem adversidades acaba se tornando chata).
Se possível, antes de dormir, agradeça pelo dia que você teve e por mais uma página escrita na sua história. E ao acordar, agradeça por mais uma oportunidade de viver – e pela nova página em branco que abre diante de sua vida. Ela sempre estará pronta para receber uma melhor continuidade para sua história...
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